Residência Pedagógica

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A boa formação do professor impacta diretamente a qualidade das aprendizagens. Entre os fatores que podem ser controlados pela política educacional, o trabalho do docente tem o maior peso no desempenho dos alunos. Mesmo com evidências mostrando essa relação direta, a formação do professor ainda é um dos principais gargalos da nossa educação. Entre os diversos problemas, formação muito teórica e distante da prática de sala de aula, currículos extensos, estágios curriculares sem planejamento e sem vinculação clara com as escolas.

De 1,7 milhão de matrículas em licenciaturas, de acordo com o Censo de Educação Superior, mais da metade dos alunos estão em cursos a distância.  A Política Nacional de Formação de Professores, lançada pela nossa gestão no MEC, em 2017, focou na ampliação da qualidade e do acesso à formação inicial e continuada de professores da Educação Básica. Nela estão a Base Nacional Docente, homologado em 2019; o ProUni, com a flexibilização da legislação para preencher vagas ociosas de licenciatura; a retomada de oferta de vagas pela Universidade Aberta e o programa Residência Pedagógica para a formação inicial. Na formação continuada, uma plataforma com cursos e percursos formativos, certificações, mestrados profissionais, especialização, cooperação internacional.

O Programa de Residência Pedagógica é um dos meus xodós, por ser um caminho que vai facilitar a amplitude do conhecimento prático profissional e a melhora da qualidade do ensino dentro da sala de aula. Segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Residência Pedagógica já teve a adesão de 246 Instituições de Ensino Superior, está presente em 2.875 escolas, 656 municípios e beneficia 35.891 licenciandos.  O objetivo é atingir 100% das IES, das escolas e atingir a todos os alunos de licenciatura.

Daqui a um tempo, essa mudança vai refletir muito positivamente a educação básica nos resultados dos estudantes das proficiências de português, de matemática e de todas as áreas do conhecimento. No sistema educacional, a residência pedagógica estreita o diálogo entre as universidades e as redes de ensino municipais e estaduais. Diariamente mais de 2 milhões de educadores vivenciam no chão de escola pelo Brasil afora todas as dificuldades da profissão, que é essencial ao país.

Pesquisa inédita feita pelo Instituto Península, “Valorização da carreira docente: um olhar dos professores”, aponta que 77% dos professores não se sentem valorizados pela sociedade. No entanto, a maioria sente orgulho da profissão. A valorização do professor envolve vários aspectos. A formação com qualidade é um primeiro grande passo para esse reconhecimento tão merecido.

Mendonça Filho, ex-ministro da Educação e consultor da Fundação Lemann.

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