O conceito de moeda, tal qual conhecemos hoje, surgiu há cerca de 2.700 anos atrás, onde hoje é a Turquia, como um instrumento para facilitar e regular a troca de mercadorias, à medida em que as pessoas passaram a necessitar cada vez mais de produtos que não poderiam produzir elas próprias, muitos destes itens transportados por longas distâncias. Daí foram herdados os termos “salário” (sal) e “pecúnia” (gado), onde os valores cunhados na face do metal (valor de face) representavam quantas unidades de um certo produto valiam aquele pedaço de metal, ou seja, aquela moeda.
A medida em que um punhado de moedas representava uma certa quantidade de um produto muito maior e mais pesado de se transportar, e que moedas de um certo produto poderiam ser trocadas diretamente por moedas de outro produto, foi se desenvolvendo ao longo dos séculos um complexo sistema monetário, até chegarmos ao modelo que temos hoje na maioria dos países do mundo.
Surge então um dos conceitos que são base do sistema monetário, também carregado através dos séculos, que é o lastro. Trocando em miúdos, o lastro é a garantia de que o emissor daquela moeda detém a quantidade suficiente de certo produto para entregar em troca da quantidade estipulada em sua face. Se um produtor de ovelhas cunha no metal a quantidade de 10 animais, ele deve ter esta quantidade para entregar, em troca das moedas trazidas de volta pelo receptor, que “resgata” as ovelhas que precisa.
Assim, caso o emissor não tenha as quantidades certas para entregar, o dinheiro passa a perder o seu valor cunhado na face. Portanto, o lastro tem função fundamental no valor daquelas moedas, uma vez que, se o emissor tem apenas 8 ovelhas para entregar, frente a 10 unidades prometidas num punhado de moedas, cada uma passa a passa a ter valor menor do que o recebido originalmente. Isso fará com que seu portador a troque por algo de menor valor, acarretando na queda de valor de seu dinheiro, ou INFLAÇÃO, que é a depreciação da moeda em relação aos produtos adquiridos.
É por isso que a quantidade de dinheiro impressa não define se uma economia é mais rica ou não, pois o que determina sua riqueza é o seu lastro, ou seja, a sua produção, que em termos contemporâneos é simplesmente denominado de Produto Interno Bruto, ou simplesmente PIB.