Escola Integral, de Pernambuco para o Brasil

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 Por Mendonça Filho, 

Na vida pública tive encontros com a educação que marcaram a minha trajetória, transformando a vida de crianças e jovens pelo país. O modelo de escolas em tempo integral é uma política pública que tenho o maior orgulho de ter ajudado a implantar em Pernambuco e de levar para todo o Brasil. Nos anos 2000 lançamos um modelo inovador de ensino médio em tempo integral. Doze anos depois, tive a oportunidade, como ministro da Educação, de expandir esse modelo para todos os estados, com a criação da Política Nacional de Escolas em Tempo Integral.

   O impacto de uma política pública deve ser avaliado com base em dados e evidências. O modelo pernambucano virou referência nacional pelo desempenho superior ao sistema educacional convencional. Para se ter uma ideia, 01 ano no ensino médio em tempo integral é equivalente à proficiência em língua portuguesa e matemática de 03 anos em escolas de tempo parcial. Pernambuco saiu das últimas colocações no IDEB, para ser o primeiro colocado em 2016.

  Nos anos seguintes tem se mantido entre as primeiras posições. No MEC, lançamos a política nacional de escolas em tempo integral com o objetivo de dobrar a oferta de vagas no ensino médio até 2020 e induzir a atingir a meta do Plano Nacional de Educação, que prevê até 2024, 50% das escolas públicas e 25% dos estudantes em tempo integral. Dados do Instituto Sonho Grande mostram um resultado espetacular: o percentual de escolas em tempo integral no ensino médio subiu de 8,2% em 2016, para 21,9% em 2021. Enquanto o percentual de matrícula em tempo integral saiu de 5,2% para 14,9%.   

    As evidências mostram que escolas que migraram do modelo de ensino médio regular para o modelo integral, de 2017 para 2019, cresceram quase o dobro no Ideb em comparação com as que permaneceram com menos horas de atividades. Hoje, uma em cada cinco escolas públicas de Ensino Médio no Brasil é integral, beneficiando quase um milhão de estudantes, segundo o Censo Escolar 2021.  Além da expansão em todos os estados, os indicadores mostram que estudantes dessas escolas aprendem mais que os das escolas regulares (4,7 vs 4,0 pontos no IDEB 2019).

     Num país como o nosso, onde os indicadores de resultado de educação são desoladores, os dados e as evidências apontam que investir na nacionalização do modelo pernambucano de escolas em tempo integral foi um grande acerto. Grandes educadores como Anísio Teixeira, que idealizou as Escolas Parque, na Bahia, nos anos 50, defenderam o modelo. A cada evidência positiva, reforço a convicção de que a Política Nacional de Escolas em Tempo Integral com investimento de R$ 1,5 bilhão da União está sintonizada com os anseios de alunos, pais, professores e educadores.         

Mendonça Filho, ex-ministro da Educação e presidente do Instituto Índigo.
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