Empresas juniores ajudam na profissionalização de alunos universitários

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As Empresas Juniores (EJs) são associações sem fins lucrativos, formadas e geridas por estudantes do ensino superior. Apesar de não ser um movimento amplamente conhecido ainda, o Brasil já é o país com maior número de empresas juniores de todo o mundo.

Esse modelo de negócio, estruturado em associações civis sem fins lucrativos, funcionam tal qual uma empresa “sênior”, atuando em determinada área correlata ao seu curso de origem, mas sendo composta apenas por estudantes universitários.

Elas estimulam a educação empreendedora nos jovens e oferecem experiência de trabalho que os tornarão profissionais ainda melhores no futuro, proporcionando aos estudantes a oportunidade de aperfeiçoar, de forma prática, o que está sendo aprendido em sala de aula.

Com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) próprio, as empresas juniores têm, como principais objetivos, elaborar projetos de consultoria nas áreas de formação dos estudantes universitários, fomentar o aprendizado nas áreas de atuação e aproximar o mercado de trabalho das academias e acadêmicos.

O início desse movimento dentro dos centros universitários foi na França, em 1967, em Paris. Alunos da L’École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales (ESSEC), buscando complementar seus conhecimentos a partir da aplicação prática das teorias aprendidas em sala, criaram a Junior Entreprise. A ideia era proporcionar uma realidade empresarial aos estudantes antes que precisassem encarar o mercado de trabalho. Em 1969 nasceu a Confederação Francesa de Empresas Juniores.

No Brasil, a primeira empresa júnior foi fundada em 1988, depois que o diretor da Câmara de Comércio Franco-Brasileira, João Carlos Chaves, orientou alunos de Administração da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo a fundarem a Empresa Júnior da instituição, a EJFGV.

Mas foi apenas em 2016 que o Brasil sancionou a Lei 13.267, conhecida como Lei da Empresa Júnior. Mesmo com a demora, o país se tornou o primeiro a criar uma legislação própria para disciplinar a criação e a organização das EJs.

Atualmente, dados da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior) mostram que o Brasil soma 1.612 EJs, com mais de 25 mil universitários envolvidos e a movimentação de mais de R$ 80 milhões na economia brasileira – valor que é totalmente reintegrado na educação empreendedora de diversos jovens universitários. Na rede pública de ensino, ao menos 146 universidades possuem ao menos uma empresa júnior.

O movimento criou uma ponte entre a graduação e o mercado de trabalho, facilitando o acesso dos alunos formados ao primeiro emprego e, hoje, algumas empresas juniores executam entregas tão eficientes que ganham mais destaque que empresas que já ocupam postos no mercado há anos.

No contexto geral, todo mundo sai ganhando. Os alunos, que têm a possibilidade de interagir com outros estudantes, professores e representantes do mercado para trocar experiências e conhecimentos que vão ajudar no desenvolvimento profissional, pessoal e acadêmico.

A universidade, que amplia a atuação local e cria cenários favoráveis para novas parcerias. E as empresas, que conseguem executar bons projetos com custos bem abaixo do mercado – uma vez que as EJs não visam lucro.

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