Educação de baixa qualidade trava o desenvolvimento econômico e social

Nas últimas quatro avaliações do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA), desde 2009, o Brasil aparece sempre entre os vinte piores
índices de qualidade de educação e, dentre 78 países analisados, apareceu na 57ª
posição em 2018. O país hoje tem um contingente de cerca de 10 milhões de
jovens entre 14 e 29 anos que abandonaram a educação básica antes de se
formarem.
Como consequência da formação inadequada, o país apresenta dificuldades para
formar capital humano, indispensável para a qualidade da mão-de-obra e a
melhoria da produtividade. A última avaliação constatou ainda que 35,9% dos
jovens entre 19 e 24 anos no Brasil são classificados como “nem-nem” (nem
estudam, nem trabalham), o pior desempenho de todos os países analisados.
Nota-se ainda que o Brasil investe 14% da despesa total do governo em
educação, atrás apenas do Chile na América Latina, porém, há um claro gargalo
de planejamento, onde gasto por aluno do ensino superior é quase o triplo do
investimento no aluno do ensino básico. Além disso, o sistema educacional
brasileiro é complexo e, sob a dinâmica do federalismo, a ausência de
centralidade de normas faz com que as responsabilidades dos entes federativos
sejam confusas, principalmente no nível municipal, dificultando a ação dos
gestores no cumprimento de metas e melhoria nos índices.
É ponto pacífico que é urgente a melhoria da qualidade educacional do país,
apesar das melhorias recentes na normatização da educação, como a reforma do
Ensino Médio. Estudos mostram que não haverá retomada econômica duradoura
ou avanços significativos na desigualdade social sem que se priorize a educação.
Portanto, é essencial direcionar esforços para a melhoria nos índices
educacionais do Brasil.

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